Um dos grandes propósitos da filosofia de Santo Agostinho está voltado para a vida do homem, a qual deve estar encaminhada para o Bem. Suas principais idéias caracterizam-se pelas noções de beatitude, graça, predestinação e iluminação divina, o que estão ligadas ao conceito de Deus. Deus é o Bem Supremo e, sendo bondade, não poderia criar o mal; sendo o mundo criado por Deus, nele não existe o mal, já que o princípio que vigora é o bem. Para Agostinho, o mal é a privação do bem, e o homem, por sua vontade, pode distanciar-se de Deus, afastando-se, dessa forma, do bem. Assim como todas as outras criaturas, o homem também é fruto do ato divino; no entanto, o homem é, entre as criaturas, um ser superior. Entretanto, Santo Agostinho limita o domínio do ser humano sobre o mundo, afirmando a impossibilidade de o homem poder atuar sobre os fenômenos, tais como os céus e os mares. É pela vontade que o homem deixa o corpo dominar a alma e chega à degradação. Embora a degradação humana ocorra por livre-arbítrio, voltar-se novamente para o bem e para Deus não é mais opção do homem; ao contrário, é necessária a graça divina para tirá-lo do pecado. Santo Agostinho afirma que o conhecimento pode referir-se a coisas que não são provenientes dos sentidos – as chamadas coisas inteligíveis. Os sentidos, para ele,funcionariam como um meio estimulatório da auto-reflexão. A verdade autêntica é imutável e apreendida pela inteligência iluminada. E é por meio da iluminação divina que o homem, por um processo interior, chega à verdade. Ou seja, o conhecimento verdadeiro provém, portanto, da fonte divina – eterna e imutável – e não humana.

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