Diretores de centros, institutos e faculdades da UFC reuniram-se na manhã da última terça-feira (14) com o Reitor Jesualdo Farias para discutir as propostas de mudança no Vestibular, apresentadas no início do mês pelo Ministério da Educação (MEC).
A sugestão de aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como parte do processo ou como fase única da seleção de novos alunos foi analisada pela equipe, durante o primeiro encontro da rodada de discussões que o Reitor pretende levar a toda a comunidade universitária.Dentre os nove diretores que participaram da reunião, nenhum se posicionou contra a novidade – apesar de vários terem ponderado aspectos que precisam ser melhor discutidos antes que a proposta chegue ao Conselho Universitário da UFC, que decidirá sobre a mudança. Um dos pontos destacados diz respeito ao cronograma: toda a equipe ressaltou que seria imprudente aprovar um novo processo seletivo para o Vestibular 2010. Segundo o Reitor Jesualdo, a tendência é que, caso opte por aderir ao sistema proposto pelo MEC, a UFC só implemente qualquer novidade a partir do Vestibular 2011.Outra preocupação apontada refere-se à segurança na aplicação das provas – que deixará de ser de responsabilidade da Coordenadoria de Concursos da UFC (CCV) e passará às mãos da equipe do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A mudança se deve à proposta do MEC de promover um “Sistema de Seleção Unificada”. Isso significa que a mesma prova será utilizada por todas as universidades brasileiras que aderirem à mudança no Vestibular. O objetivo é que, a partir da nota alcançada na avaliação, o estudante possa disputar vagas em até cinco instituições de ensino, nas diferentes regiões do País. “O Inep tem mais de dez anos de tradição em aplicação de avaliações. É importante ficar atento ao sigilo e à segurança das provas, mas o Inep está preparado, ele nasceu para isso”, destacou a presidente da CCV, Profª Maria de Jesus.A natureza dos testes que irão selecionar novos alunos também foi avaliada no encontro desta terça-feira. Por serem comuns a todas as universidades que aderirem à proposta, as provas não deverão conter questões envolvendo aspectos regionais, característicos de cada estado ou região. “Uma forma de resolver isso seria manter o processo seletivo em duas etapas. Uma com o Enem, mais geral, e uma segunda fase que poderia abordar questões mais específicas e locais. Mas acho que isso não é viável”, opinou o Reitor Jesualdo Farias. Com opinião semelhante, a Profª Maria de Jesus acrecentou que o fato de o Enem ser comum a instituições de todo o país não inviabiliza que escolas de Ensino Médio continuem repassando conteúdos típicos de cada região, na área de cultura, arte, história ou geografia, para citar alguns exemplos. Em relação às vantagens destacadas, está a do estímulo à capacidade analítica e de raciocínio dos vestibulandos – o contrário do que, por vezes, acontece no modelo de Vestibular conteudista, que incentiva a memorização. “Os alunos não vão precisar ficar decorando termos técnicos, fórmulas matemáticas, nomes científicos. Isso é desumano, principalmente aos jovens que querem entrar em cursos mais concorridos”, analisou o diretor do Hospital Universitário Walter Cantídio, Sílvio Furtado. DebateA rodada de discussões em torno do tema segue pelas próximas semanas. O próximo encontro do Reitor Jesualdo é com o Diretório Central dos Estudantes. A comunidade externa também será ouvida, principalmente os sindicatos representantes de escolas que oferecem o Ensino Médio.

Fonte: www.ufc.br

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