O que é o homem A pergunta debatida é relevante para o entendimento das questões levantadas no texto “Para compreender a ciência”.

Antes de entender filosoficamente o que é o homem é preciso compreender o lado histórico da formação das cidades ou se preferirem das PoFoi no período Pré-histórico que observamos a evolução estrutural do homem. O ser era Australopithecus e na ultima fase evolutiva Homo Sapiens, se antes o homem não possuía habilidades artesanais e dificuldades na comunicação o Homo Sapiens passava a desenvolver atividades agrícolas, artesanais, de pastoreio, a organização em grupos (clãs) baseados em parentescos e em torno de uma planta ou animal que movimentava a economia do grupo (totem).

A economia do período era de subsistência, passando por troca de produtos (escambo) até chegar ao mercantilismo, é importante destacar que todo o processo evolutivo da economia agilizou a formação das cidades, mas a conseqüência foi à divisão de classes sociais e o crescimento do escravismo. A civilização grega mostra com traços marcantes essas características.

Foi na Grécia Antiga que o pensamento racional baseado na natureza entra em contraposição as explicações míticas de forte ação na população. Quem não lembra dos Jogos Olímpicos, na cidade de Olímpia, o evento comprovava o respeito dos gregos diante dos deuses. A festa era organizada para homenagear as figuras mitológicas.

Tudo naquela sociedade funcionava em função dos deuses, qualquer explicação se fundamentava em função dos deuses. O artista na composição de uma obra clamava a ajuda de Atena (deusa das artes), o agricultor chamava por Démeter (deusa da colheita) em busca da fartura do plantio, o grego apaixonado pedia ajuda de Afrodite (deusa do amor) para conquistar a mulher amada e assim por diante.

A quebra desse pensamento mitológico causa conflitos e estimula o acréscimo de adeptos que usam da racionalidade para explicar as coisas, ocorre o desenvolvimento científico e filosófico.

O livro (“Para compreender a ciência”) propõe um estudo histórico da Grécia nos seguintes períodos: Homérico (século XII – VIII a. C.), Arcaico (século VII - VI a. C.), Clássico (século V - VI a. C.) e helenístico (século IV – II a. C.). Analisaremos primeiro os períodos Homérico e Arcaico.

O período Homérico caracteriza-se basicamente com a chegada dos dórios na Grécia que se organizavam em genos, as decisões relativas à vida do grupo passaram a ser baseadas em discussões políticas. Da união dos genos, fatrias e tribos surgiram as cidades.

Já no período Arcaico observa-se a ascensão democrática, o desenvolvimento das polis, da economia mercantil e monetária. Em contra partida o desenvolvimento dos setores resultou em divergência de idéias e conflitos de interesse, que junto com o aumento da população propiciou as crises políticas.

O desenvolvimento das polis e o ato de “discutir” foram primordiais para o nascimento do pensamento racional. Alguns pensadores dedicados na elaboração do saber: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Parmênides, Heráclito e Demócrito.

Antes do estudo detalhado de cada pensador a questão a ser debatida é esclarecer a relação social ocorrida na Grécia Antiga com a formação da sociedade contemporânea, e os conflitos que tais pensamentos causam quando estudamos o que é ser humano.

Que a civilização grega influenciou e influencia a sociedade ocidental é fato, caso contrário não teríamos a nossa constituição judiciária, a arquitetura, a arte etc (no contexto em que conhecemos, é claro). O texto estudado expõe o conflito mitológico com o racional, e diante disso pergunto se hoje conseguimos distinguir e optar entre mito e razão.

A evolução racional cientifica e tecnológica tornou-se primordial para esclarecimento do ser. Mas o mito (representado pelas diversas religiões, crenças, tradições) ainda é utilizado pelo ser como pilar da resolução dos problemas.

Sem preconceitos, utilizaremos exemplos próximos da realidade contemporânea em comparação à mitologia da Grécia Antiga. É de conhecimento que a religião na Grécia Antiga era politeísta, mesmo com os conflitos entre mito e racionalidade do período essa característica se manteve marcantes na contemporaneidade vejam: as religiões africanas difundidas no Brasil como o Candomblé e a Umbanda são organizadas com base em orixás ou entidades, existe um Deus maior (Oxalá) e a força das outras entidades não são subestimadas (Oxossi, Oxum, Ogum, etc) caracterizando uma espécie de politeísmo.

Outro exemplo da força da religião é a legião de católicos levados em procissões e a de evangélicos levados a sessões de cura, da família, da prosperidade etc.

O conflito entre mito e racional ainda é presente e constante. Dificilmente o ser vai conseguir distinguir por completo as duas questões, resta apenas o bom senso para o esclarecimento das incógnitas do ser.

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